terça-feira, 23 de outubro de 2012

Nota de Guardanapo

O mal de ser essa camada fina de papel ambulante
É que papel absorve tudo
Rasga fácil
O mal é querer carregar tudo consigo e mostrar tudo pro mundo
Mesmo que o diâmetro pra carga seja pouco
E vai querer rimar com os tons de marrom
Vai querer desenhar na mobília empoeirada
Vai trancar o quarto
Deitar no chão
Reclamar de como todo mal
Acaba numa boa criação.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Um poema para se ler com os lábios úmidos


Às vezes eu queria ter teu colo pra chorar,
Ficar sob a vigília dos teus olhos verdes
Teus dedinhos, meus cabelos podiam alisar
E eu cairia no sono, te ouvindo cantar.

Às vezes eu acordo e abro a porta da sala
Fico pensando que você podia morar na casa da frente
Nessa que tem sacada
E ali tu ia tocar violão pra quem passasse
Tenho certeza, que dessas pessoas
Metade iria ficar apaixonada.

Às vezes teu jeitinho me faz querer pintar mil quadros,
Te fazer de mobília do quarto,
Te colocar no bolso,
Te fazer de pingente ,
Pegar você, e temperar meu almoço.