De uns tempos pra cá andei te reduzindo.
Te reduzo a um roçar de rostos
Te reduzo a um silêncio gritantemente carinhoso
Te reduzo a uma noite fria na calçada do bar
Te reduzo por desgostar.
Continuo a te reduzir a cada noite que passa,
A cada música que toca
A cada metáfora que, descendo a rua, invento.
Te reduzo até se tornar irredutível
Mas ah, como gosto de te reduzir.
Te reduzo ao cheiro de tabaco,
Meu cheiro de cigarro e café amargo.
Te reduzo aos meus devaneios sentada no parapeito,
Com a porta trancada, te reduzo a um segredo.
Te reduzo desesperadamente
Até atingir a espessura de um átomo,
Para que assim, largue mão
Desse mal hábito de redução.
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